Nesta quinta-feira (5), acontece o sorteio dos grupos para o Mundial de Clubes 2025. Sob o novo formato, apelidado de “Super Mundial”, a competição contará com 32 times e será disputada em onze cidades dos Estados Unidos, entre 15 de junho e 13 de julho. Apesar das altas expectativas criadas pela Fifa para fortalecer o prestígio e a relevância do torneio, ampliando os valores de premiação e o interesse do público e das marcas, o evento tem enfrentado diversos desafios e críticas.
Problemas de patrocínio e direitos de transmissão
Desde o início, a Fifa teve dificuldades para atrair patrocinadores e vender os direitos de transmissão do torneio. Após um longo período de incertezas, foram firmados acordos com três marcas de longa data da entidade: Hisense, AB InBev e Bank of America. Essas empresas já tinham parcerias em outras competições organizadas pela Fifa, e a renovação dos contratos foi vista por analistas como uma solução emergencial diante da falta de novas marcas interessadas.
De acordo com especialistas, essa abordagem reflete o desafio da Fifa em estabelecer o torneio como um evento atraente para investidores.
Classificação do Inter Miami: polêmica com Messi
A inclusão do Inter Miami como representante do país-sede gerou críticas e especulações. Pela primeira vez, um clube garantiu vaga no Mundial por um título doméstico, e não por uma conquista continental. O time de Lionel Messi foi classificado por vencer a Supporters’ Shield, um prêmio que reconhece o time com melhor desempenho na temporada regular da MLS, mas que não equivale a ser campeão da liga.
O campeonato de futebol nos Estados Unidos segue um formato semelhante ao de outras ligas esportivas do país, como a NBA e a NFL, onde times são divididos em conferências, e os vencedores se enfrentam em uma final para decidir o título da MLS Cup.
Por conta disso, Gianni Infantino, presidente da Fifa, foi acusado de manipular os critérios para incluir o Inter Miami na competição. A decisão foi vista como uma estratégia para atrair maior atenção ao torneio, especialmente por conta da presença de Messi, algo que também poderia ajudar a captar novos patrocinadores.
O portal The Athletic, ligado ao New York Times, publicou uma crítica contundente sobre a situação:
— A Fifa não está mais tentando esconder suas intenções. Quando você precisa desesperadamente fechar grandes acordos de direitos de transmissão e conquistar patrocinadores americanos, a sutileza deixa de ser uma opção. Tudo parece muito conveniente, e isso não é coincidência.
Premiações indefinidas e impacto na temporada
Outro ponto controverso do Super Mundial é a falta de clareza sobre os valores das premiações. Inicialmente, foi informado aos clubes que haveria uma cota fixa de participação para todos, com valores progressivos para aqueles que avançassem no torneio. Nos bastidores, o valor especulado era de cerca de 50 milhões de euros (aproximadamente R$ 317,5 milhões na cotação atual).
No entanto, a Fifa ainda não confirmou esses valores, provavelmente devido às dificuldades enfrentadas para atrair investimentos para o evento. Além disso, a competição foi criticada por aumentar a carga de jogos na temporada, gerando preocupação com o desgaste físico dos atletas.
O presidente da La Liga, Javier Tebas, foi um dos principais críticos. Ele chegou a pedir publicamente que Infantino cancelasse o torneio, alegando os impactos negativos para os jogadores.
Transmissão oficial confirmada
Na quarta-feira (4), a Fifa anunciou um acordo com a DAZN para a transmissão oficial do evento em todo o mundo. A expectativa agora é que outros detalhes pendentes, como as premiações, sejam definidos em breve.